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terça-feira, 19 março 2024

Testemunho de fé com Jonattas Molina

Após passar por um grave acidente automobilístico, pastor se recupera com a força das orações

“Sem perder a esperança”. Essa pequena frase marcou a trajetória do pastor Jonattas Molina e acabou dando título a um livro e um DVD de sua autoria. O pastor, que estava em um grande momento pessoal e profissional, teve sua rotina completamente transformada em 20 de março de 2010, em um grave acidente que o colocou entre a vida e a morte. Nascido no Rio de Janeiro, em 1976, Jonattas desde criança já “brincava de igreja” com seus irmãos e sonhava com o púlpito. “Minha irmã era do ministério de música, meu irmão, do som, e eu, aquele que ficava atrás do púlpito para compartilhar a Palavra de Deus. Nossa casa funcionava como uma pequena igreja”, disse ele, que passou a infância em Vila Kennedy (RJ). Durante essa época, também gostava de fantasiar como seria possuir uma potente motocicleta, um desejo que teria desdobramentos anos mais tarde.  Aos 11 anos, Jonattas mudou-se com a família para o Espírito Santo. Sempre disposto a ajudar no sustento de casa e também a contribuir com dízimos à igreja, logo começou a fabricar pipas e vendê-las aos conhecidos. Poucos anos depois, buscou qualificação no Senai e passou a trabalhar profissionalmente. Aos 17 anos, já via o resultado de seu esforço, comprando o seu primeiro automóvel. Foi nessa época, aliás, que passou a encarar com mais seriedade o sonho de se tornar pastor, não importava para ele quanto tempo isso pudesse levar. Três anos depois, conheceu aquela que viria ser a sua companheira: Carmen. Jonattas se casou aos 24 anos e começou com Carmen a construir uma família, que cresceu com a chegada das filhas, Camila, Amanda e Rafaela. Feliz, retomou o seminário iniciado tempos antes e concluiu o curso de Teologia.

O acidente
Faltando apenas um dia para seu encaminhamento ao ministério pastoral, tudo mudou. “Naquele dia, acordei, dei um beijo na minha esposa e nas nossas filhas para me despedir. Subi na moto e segui para o trabalho. Na metade do caminho, repentinamente, um caminhão cruza a rodovia chocando-se com minha motocicleta e me lançando a 30 metros de distância. Debatendo-me com a moto no asfalto, caí numa ribanceira do outro lado da pista, num buraco a seis metros de altura. O motorista do caminhão seguiu sem prestar socorro”, frisou ele. Enquanto seu corpo era retirado do local, o pastor disse que apenas sonhava com sua esposa cantando nas igrejas e de suas filhas falando e brincando. “Uma equipe do Corpo de Bombeiros que passava pelo local ouviu o ocorrido pelo rádio. Logo o Samu efetuou o resgate e me levou para o hospital. Minha primeira parada cardiorrespiratória foi em meio ao trânsito. Cheguei ao hospital sem respiração, sem batimento cardíaco, pouquíssimo sangue, várias escoriações e sinais de vida quase nulos. Fui levado para a sala de emergência e após a terceira parada cardíaca, drenando meus pulmões constantemente, os médicos detectam que eles estavam perfurados e me levam para o centro cirúrgico em estado de urgência”, falou Jonattas.  Foi realizada a primeira laparatomia exploradora, com o abdome sendo aberto para que se pudesse inspecionar os órgãos e tratar a hemorragia. “Logo viram que o baço, juntamente com parte da calda do pâncreas, de forma traumática, tinha sido arrancado. Machuquei o fígado, os rins e vários vasos sanguíneos. Eu já estava em coma, entubado, e os aparelhos que monitoravam a cirurgia registravam cada vez menos sinais de vida”, enfatizou ele.

Um dos profissionais, no entanto, deixou cinco compressas alojadas  no corpo do pastor para continuar a tentar conter a hemorragia. “Me colocaram no CTI apenas para manter as condições gerais. No quinto dia após a internação, voltei ao centro cirúrgico para a segunda laparatomia abdominal para retirada daquelas compressas e contenção dos pontos de hemorragia. No sexto dia, aproveitam para fazer uma série de exames de raio e tomografias. Eu havia quebrado o ombro, todas as costelas, várias vértebras da coluna, entre elas as cinco da lombar, e a bacia.
As tomografias da cabeça apontavam traumatismo de crânio encefálico de grande proporção”, disse. O pastor enfrentou ainda nos dias seguintes uma infecção hospitalar generalizada.

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A recuperação
Então, após 28 dias de internação, Jonattas acordou inesperadamente, interagindo com uma das enfermeiras que cuidavam dele. “Eu não conseguia me mexer devido às múltiplas fraturas e às lesões neurológicas, mas entendia quando os funcionários do CTI tentavam me acalmar, dizendo que a Carmen vinha todos os dias, duas vezes, para me ver e que não estive só todo aquele tempo. Quando ela chegou, foi mais forte que a primeira vez que a vi na vida! A primeira coisa que me disse é que tudo estava bem, Deus estava conosco”, falou, lembrando que a esposa lia a Bíblia e cantava todos os dias durante a sua recuperação.  O pastor estava naquele momento sem movimentos, entubado, fazendo hemodiálise e com vários aparelhos ligados ao seu corpo, mas através da esperança em Deus e da companhia de sua esposa, buscou forças para seguir. “Após 38 dias internado, Deus ressuscitou os meus rins, e fui liberto da hemodiálise. Aqui fora, uma enorme corrente de oração se levantava a Deus pela minha vida”. E a recuperação veio. O paciente deixou o CTI, sendo encaminhado para o semi-intensivo, e finalmente para a enfermaria. “Todos os funcionários do CTI estavam emocionados, tamanha era a alegria pelo êxito de um trabalho intenso, de muito carinho e responsabilidade. A todo tempo parabenizavam a Carmen por sua dedicação”. Com dois meses de internação, o pastor recebeu a oração de todos os membros da Primeira Igreja Batista em Marcílio de Noronha, que saíram do templo e foram para a porta do hospital. “Era como se estivesse dentro da igreja ao ouvir todos cantando lá em baixo na rua do hospital. No sexto dia de enfermaria, com 66 dias de hospital, pela graça e a misericórdia do Senhor, sobrevivi a tudo isso e voltei para casa. Sou prova que Deus existe! Ele ouviu todas as orações feitas em meu favor! Sou prova do amor e do poder dEle!”, celebrou ele, que acaba de assumir a liderança da Igreja Batista em Jucutuquara, Vitória.

 A matéria acima é uma republicação da Revista Comunhão. Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi escrita. 

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